10 de março 2018

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segunda-feira, 18 de agosto de 2025

ANDE COM O PÉ QUEBRADO, MAS NÃO DEIXE MARCAS DE SUAS MÃOS NO OMBRO DE NINGUÉM

 Ande com o pé quebrado, mas não deixe marcas de suas mãos no ombro de ninguém

A vida espiritual é marcada por feridas, tropeços e cicatrizes invisíveis. O caminhar humano, muitas vezes, é manco, semelhante ao de Jacó após lutar com o Anjo do Senhor (Gn 32.31). Há dores que não se ocultam, há fragilidades que não se disfarçam; todavia, a nobreza do espírito se revela não quando o crente exige que outros carreguem o peso de suas chagas, mas quando, mesmo ferido, escolhe não ferir.

Andar com o pé quebrado é admitir a limitação, é reconhecer que nem sempre se pisa firme, que o trajeto da existência pode ser doloroso. Contudo, não deixar marcas das mãos no ombro de ninguém é lição de maturidade: significa recusar o comodismo da dependência exploratória, significa não projetar sobre o próximo o fardo que cabe a nós administrar. A Escritura afirma: “Cada um levará a sua própria carga” (Gl 6.5). Há um peso que é individual, intransferível, pedagógico, parte da escola da fé.

Não se trata de negar a comunhão ou desprezar o auxílio mútuo, pois a mesma Palavra também nos convoca a “levai as cargas uns dos outros” (Gl 6.2). Mas há diferença entre a solidariedade espontânea e o abuso sistemático da benevolência. O cristão maduro entende: compartilhar dores é legítimo, manipular a piedade alheia é deformidade espiritual.

Portanto, que o discípulo de Cristo aprenda a caminhar mesmo mancando, sustentado pela graça invisível, sem que suas mãos imprimam marcas pesadas nos ombros dos irmãos. Porque a fé autêntica não consiste em transferir as dores, mas em transfigurá-las em testemunho; não em buscar sempre quem carregue, mas em aprender a prosseguir mesmo com o pé quebrado rumo à eternidade.

 

Pense Nisso!

Cezar Jr Gomes

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