QUERO EM DOIS TEXTOS IDENTICOS, UM MAIS COMUM E OUTRO MAIS RUSTICO FALAR SOBRE ESSE TEMA PARA REFLETIRMOS.
Quando a Mentira se Torna a Essência da Humanidade
Desde o instante inaugural da Queda, no hortus Edenicus, a mendacidade
infiltrou-se no âmago da psique humana como um agente corrosivo da verdade
revelada. A serpente, “a mais astuta de todas as alimárias do campo” (Gn 3:1),
instaurou o paradigma inaugural da dissimulação, não como simples ato, mas como
princípio estruturante da existência decaída. Aquilo que, no princípio,
configurava-se em ato episódico, tornou-se, pela reiteração, um habitus e
este, cristalizado, converteu-se em essência, reconfigurando a ontologia do
homem caído.
O oráculo Jeremiano denuncia: “Cada um engana ao seu próximo, e não falam a
verdade; exercitam a sua língua para proferir falsidade” (Jr 9:5). A linguagem,
que deveria ser veículo de veracidade e manifestação do logos divino,
degrada-se em instrumento de manipulação e deformação do real. Nesse cenário, a
mentira deixa de ser mero desvio moral para tornar-se pedagogia perversa,
transmissível e institucionalizada, constituindo-se num ethos de falsidade.
O apóstolo das gentes, em sua epístola aos Romanos, descreve a perversão
suprema: “mudaram a verdade de Deus em mentira” (Rm 1:25), isto é, não apenas
falsearam fatos, mas inverteram o eixo da realidade, entronizando o engano como
referencial último. A hermenêutica da mentira não se limita a obscurecer a
verdade; ela a substitui, criando um universo simbólico em que o falso se
apresenta como verossímil e o verossímil é desprezado como falso.
Sob tal hegemonia da falsidade, a consciência se cauteriza (1Tm 4:2),
tornando-se impermeável à admoestação do Espírito. O amor à mentira — “todo
aquele que ama e comete a mentira” (Ap 22:15) não é simples tolerância ao
erro, mas sim adesão ontológica ao pai da mentira (Jo 8:44), que passa a ser o
verdadeiro inspirador do discurso, da práxis e até mesmo da liturgia social.
Assim, sociedades inteiras podem subsistir numa pseudo-luminosidade, persuadidas de que caminham na luz, enquanto, na realidade, peregrinam em densas trevas. O juízo divino, nesse contexto, não se configura como arbitrariedade, mas como consequência inescapável da incompatibilidade ontológica entre a essência mentirosa e aquele que é, em Si mesmo, a Verdade absoluta (Jo 14:6). Pois diante do Trono, onde não há sombra de variação (Tg 1:17), toda mentira se dissolve, e todo mentiroso, não regenerado pela graça, é expurgado da comunhão eterna.
Quando a Mentira se Torna a Essência da
Humanidade
Desde a queda no Éden, quando a serpente, “mais sagaz que todos os animais
do campo” (Gn 3:1), introduziu o veneno da falsidade no diálogo humano, a
mentira deixou de ser apenas um ato isolado e passou a insinuar-se como um
princípio moldador da conduta. O engano, inicialmente sutil, tornou-se uma
estrutura, e esta, quando reiterada, cristaliza-se no caráter. Assim, aquilo
que outrora era desvio, converte-se em identidade e a mentira torna-se a
essência do homem.
O profeta Jeremias lamentou: “Cada um engana ao seu próximo, e não falam a
verdade; ensinam a sua língua a falar mentiras” (Jr 9:5). Aqui não se trata
apenas de uma prática corriqueira, mas de uma pedagogia da falsidade, um
discipulado invertido que forma gerações inteiras. O mentiroso não mais percebe
a gravidade de seu pecado, pois o engano já não é exceção, mas lei interior.
Quando o coração é cauterizado, a mentira deixa de ser ferramenta e assume o
trono da alma, governando pensamentos, intenções e ações. O apóstolo Paulo
descreve essa degeneração ao falar dos que “mudaram a verdade de Deus em
mentira” (Rm 1:25), invertendo a ordem criacional para adorar a falsidade como
se fosse verdade. Nessa inversão, a própria noção de pecado é obscurecida, e a
consciência, outrora sensível à voz divina, é anestesiada por justificativas
convenientes.
A mentira institucionalizada não apenas destrói a confiança mútua, mas
também corrompe a percepção do próprio Deus, pois “o Pai da mentira” (Jo 8:44)
torna-se, de fato, o inspirador dos pensamentos e dos discursos. Assim,
sociedades inteiras podem viver em trevas, acreditando que caminham na luz, e
indivíduos podem vestir o manto da santidade enquanto o coração permanece
comprometido com o engano.
O veredicto bíblico é claro: “Ficarão de fora... todo aquele que ama e
comete a mentira” (Ap 22:15). O amor à mentira não é apenas tolerância ao
engano, mas uma fusão íntima com ele; e tal fusão é, no sentido mais profundo,
apostasia. Quando a mentira se torna essência, o homem não está apenas distante
da verdade: ele se torna incapaz de reconhecê-la. E é justamente aí que o juízo
se torna inevitável, pois, na ausência de arrependimento, resta apenas o
encontro com Aquele que é “o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14:6), diante de
quem nenhuma falsidade subsiste.
PENSE NISSO!
CEZAR JR GOMES
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