10 de março 2018

10 de março 2018
Chamados, Amados e guardados

segunda-feira, 29 de setembro de 2025

UMA PORTA OQUE REPRESENTA

 As portas na Bíblia representam muito mais do que simples acessos físicos a ambientes ou edifícios. Elas possuem um significado simbólico profundo, frequentemente associadas a conceitos de oportunidade, proteção, passagem, julgamento e revelação espiritual. A análise do simbolismo das portas na Bíblia revela uma compreensão rica e multifacetada que atravessa diferentes livros e contextos históricos.

Na tradição bíblica, as portas aparecem em diversas passagens, cada uma delas carregando um significado específico. Por exemplo, no Antigo Testamento, as portas das cidades eram locais de julgamento e de tomada de decisões. Em Deuteronômio 21:19, a porta é o lugar onde os anciãos se reuniam para julgar casos e administrar justiça. Assim, a porta simboliza a justiça, a autoridade e a responsabilidade comunitária.

Além disso, as portas também representam oportunidades de entrada e saída, simbolizando momentos de transição na vida de uma pessoa ou na história de um povo. No Salmo 141:3, há uma oração pedindo a Deus que guarde a porta da boca, indicando a importância de controlar as palavras e as ações, especialmente em momentos de decisão.

Outro aspecto importante é a porta como símbolo de proteção. Em várias passagens, a porta é vista como uma barreira que protege os moradores de perigos externos. No livro de Jó 31:32, a porta é mencionada como um local de segurança, onde os moradores podem se refugiar contra ameaças externas.

O Novo Testamento também traz referências às portas, especialmente no contexto de Jesus Cristo. Em João 10:9, Jesus declara: "Eu sou a porta; quem por mim entra, será salvo." Aqui, a porta simboliza o acesso à salvação, à vida eterna e à comunhão com Deus. Essa metáfora reforça a ideia de que Jesus é o caminho de entrada para uma relação espiritual plena.

Por fim, as portas na Bíblia também representam momentos de revelação e de encontro com Deus. No livro de Apocalipse, por exemplo, há referências às portas do céu, que se abrem para revelar mistérios divinos e o futuro da humanidade. Assim, as portas são símbolos de esperança, de novos começos e de acesso ao divino.

Em suma, as portas na Bíblia possuem um significado simbólico que abrange justiça, proteção, oportunidade, revelação e salvação. Sua presença constante nas escrituras reforça a importância de compreender esses símbolos para uma leitura mais profunda e enriquecedora dos textos sagrados.


PENSE NISSO!

CEZAR JR GOMES

segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Hybris e Kenosis: um Olhar Filosófico-Teológico Pentecostal sobre a Cegueira do Orgulho

Título: Hybris e Kenosis: um Olhar Filosófico-Teológico Pentecostal sobre a Cegueira do Orgulho

Na tessitura da existência humana, o orgulho e a vaidade apresentam-se como patologias espirituais de caráter corrosivo, cuja natureza já foi perscrutada tanto pela filosofia quanto pela teologia. A tradição grega nomeou esse fenômeno como hybris, isto é, a arrogância desmedida que conduz o sujeito a ultrapassar seus próprios limites ontológicos. Aristóteles, em sua Ética a Nicômaco, já advertia que o vício da altivez infundada distancia o homem da verdadeira areté (virtude). Platão, por sua vez, em A República, denunciava que a alma que se deixa dominar pela vanglória perde a capacidade de contemplar o Bem em sua pureza transcendente.

Na tradição cristã, Agostinho de Hipona definiu o orgulho como a massa superbiae, raiz de todos os pecados, por meio da qual a criatura usurpa o lugar do Criador, convertendo-se em um simulacro de divindade. Lutero, em sua crítica à curvatio in se ipsum (o homem curvado em si mesmo), mostrou como a vaidade impede a abertura para a graça. Jonathan Edwards, expoente do avivamento norte-americano, já alertava que o orgulho espiritual é o mais sutil dos pecados, por revestir-se de aparência piedosa enquanto nega a dependência de Deus.

A teologia pentecostal clássica, herdeira do testemunho neotestamentário, enfatiza a kenosis de Cristo (Fp 2.5-11) como paradigma da verdadeira grandeza: a descida, o esvaziamento, a entrega sacrificial. Paulo, em sua exortação aos coríntios, recorda que "quem te distingue? E que tens tu que não tenhas recebido?" (1Co 4.7). A soberba, portanto, é não apenas erro moral, mas heresia ontológica, pois nega a economia da graça que estrutura toda a realidade redimida.

Na dimensão comunitária do pentecostalismo, onde os dons do Espírito são distribuídos "a cada um, como lhe apraz" (1Co 12.11), o orgulho é uma afronta direta à soberania do Espírito Santo. Aquele que se julga "o homem do momento", o centro de todo êxito, incorre em idolatria do ego e reduz a comunhão à sombra de seu narcisismo. O que não reconhece quem o ajudou, cedo ou tarde desperta para uma colheita amarga: a decepção de perceber que sua autossuficiência era uma miragem.

A advertência bíblica é clara: "A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda" (Pv 16.18). O orgulho fabrica narrativas em que todos os críticos são “invejosos” e toda conquista é apenas fruto de mérito pessoal. Contudo, a colheita desse semeio é inevitável: solidão, frustração e a dolorosa percepção de que se acordou tarde demais para agradecer, honrar e reconciliar.

Somente a humildade — aquilo que Kierkegaard chamaria de “ser diante de Deus” (at være for Gud) — restitui ao homem a verdadeira visão: a consciência de que todo êxito é graça partilhada, e que o ápice da vida cristã não é o trono do ego, mas a cruz do Cordeiro.

Pense nisso!

Cezar Jr gomes

sábado, 13 de setembro de 2025

Dois tipos de pessoas, quem é você?

 2 Tipos de pessoas, Quem é Você?

Na análise da condição humana, seja à luz da filosofia, seja pela lente das Escrituras, é possível discernir dois arquétipos que atravessam os séculos: o libertino inescrupuloso e o ardiloso oportunista. Ambos, embora distintos em aparência, convergem na mesma falha: a rejeição da virtude como fundamento da existência.

O libertino inescrupuloso é aquele que, como Esaú, despreza o valor da primogenitura por um prato de lentilhas (Gn 25.29-34). Vive governado pelo estômago, escravizado pelo imediatismo dos apetites. Aristóteles o identificaria como o intemperante, incapaz de regular seus desejos; Nietzsche o chamaria de niilista prático, reduzido a um viver sem propósito. Sua vida não transcende o instante: é devorada por aquilo que consome.

O ardiloso oportunista, por outro lado, é de natureza mais calculista. Aproxima-se da figura de Judas Iscariotes, que, sob a aparência de discípulo, ocultava em seu coração a lógica da traição (Jo 12.4-6). Ele manipula, dissimula e age estrategicamente, como o sofista denunciado por Platão: não busca a verdade, mas a utilidade. Kant o condenaria como aquele que instrumentaliza os outros, tratando o próximo como meio e nunca como fim. Sua habilidade não é virtude, mas astúcia degenerada.

Ambos os arquétipos são faces de uma mesma decadência. O primeiro arruína pela devassidão; o segundo, pela fraude. O libertino consome a herança que recebeu, como o filho pródigo que dissipa seus bens em terra distante (Lc 15.13). O oportunista, por sua vez, corrói a confiança, como Ananias e Safira, que fingiram generosidade enquanto alimentavam a mentira (At 5.1-11).

A Escritura não apenas narra, mas julga esses caminhos. Em Provérbios 14.12 está escrito: “Há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte.” Tanto o prazer sem freio quanto a esperteza sem moral são atalhos que conduzem ao mesmo destino: a ruína espiritual.

Kant, em sua ética, propôs que a dignidade humana só se mantém quando o homem obedece à lei moral interior. A Bíblia, contudo, vai além: afirma que essa lei foi inscrita no coração pelo próprio Deus (Rm 2.15), mas só encontra plenitude em Cristo, que é a encarnação da verdade e da vida (Jo 14.6). Assim, a verdadeira superação desses arquétipos não está apenas na razão filosófica, mas na regeneração espiritual.

Em suma, tanto Esaú quanto Judas, tanto o filho pródigo quanto Ananias, exemplificam os dois tipos humanos que a história repete. E ambos apontam para a mesma necessidade: sem a graça que transforma, o homem permanece prisioneiro de suas paixões ou de suas fraudes. É neste ponto que a filosofia se encontra com a teologia: a virtude só se sustenta quando enraizada em um fundamento transcendente.

Pense nisso!


Cezar Jr Gomes 

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Valores Perdidos

Há um equívoco que atravessa os séculos: o de atribuir honra e valor àquilo que, em sua essência, não possui dignidade alguma. A Escritura adverte que, muitas vezes, o povo troca a glória incorruptível de Deus por imagens corruptíveis (Romanos 1:23), invertendo a ordem daquilo que é eterno com aquilo que é transitório. Assim também o homem contemporâneo, ao confundir o que é nobre com o vil, concede aos excrementos do mundo o mesmo peso do ouro e aos dejetos a mesma preciosidade do diamante.


Quando a alma perde o discernimento espiritual, a escala de valores se inverte: a santidade é trocada pela banalidade, a verdade pela mentira, e a eternidade pelo efêmero. O profeta Jeremias já denunciava: “O meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas” (Jeremias 2:13). É como se o homem abandonasse o ouro refinado para se debruçar sobre o pó das dejeções humanas, celebrando a ilusão de valor naquilo que é abjeto.


A verdadeira honra, segundo as Escrituras, não está em acumular símbolos de poder terreno, mas em refletir a imagem do Criador. Trocar o diamante pela dejeção é renunciar ao que é imperecível para abraçar o que é corruptível. Trocar o ouro pela sujeira dos excrementos é perder o senso da eternidade em troca do instante.


Assim, a Palavra nos convoca a reordenar a balança da vida, lembrando que “onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Mateus 6:21). Pois o verdadeiro tesouro não se encontra no brilho passageiro do mundo, mas na glória do Cordeiro, diante do qual toda a riqueza terrena não passa de pó e dejeção.

Pense nisso!


Cezar Jr Gomes 


NOVA OPORTUNIDADE HOJE, AMANHÃ NÃO SE SABE

 Assim fala o Senhor: Hoje te foi concedida a ventura, porque o amanhã, porventura, não virá sobre ti. Não te glories no dia que ainda não nasceu, nem ponhas tua confiança na aurora que não viste; porque os teus dias são como a erva do campo, que de madrugada reverdece, mas à tarde é cortada e seca.


Eis que o homem é como vapor que sobe e logo se dissipa; como sombra que passa e não permanece. Acaso não está escrito: “Não sabeis o que será do amanhã?” Portanto, regozija-te no presente, e sê grato ao Altíssimo que te dá o fôlego e o resplendor do instante.


Alegra-te, sim, mas com reverência; exulta, mas em santidade. Pois se o amanhã não florescer, ainda assim não terá sido vã a tua alegria de hoje; porque foi oferecida como incenso diante do trono eterno.


E o Senhor, que é o mesmo ontem, hoje e para sempre, tomará o efêmero de teus dias e o converterá em perpétua herança; e o riso que ora tens em tua boca será memória eterna na presença d’Aquele que vive pelos séculos dos séculos. Amém.

PENSE NISSO!

CEZAR JR GOMES.