10 de março 2018

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sábado, 13 de setembro de 2025

Dois tipos de pessoas, quem é você?

 2 Tipos de pessoas, Quem é Você?

Na análise da condição humana, seja à luz da filosofia, seja pela lente das Escrituras, é possível discernir dois arquétipos que atravessam os séculos: o libertino inescrupuloso e o ardiloso oportunista. Ambos, embora distintos em aparência, convergem na mesma falha: a rejeição da virtude como fundamento da existência.

O libertino inescrupuloso é aquele que, como Esaú, despreza o valor da primogenitura por um prato de lentilhas (Gn 25.29-34). Vive governado pelo estômago, escravizado pelo imediatismo dos apetites. Aristóteles o identificaria como o intemperante, incapaz de regular seus desejos; Nietzsche o chamaria de niilista prático, reduzido a um viver sem propósito. Sua vida não transcende o instante: é devorada por aquilo que consome.

O ardiloso oportunista, por outro lado, é de natureza mais calculista. Aproxima-se da figura de Judas Iscariotes, que, sob a aparência de discípulo, ocultava em seu coração a lógica da traição (Jo 12.4-6). Ele manipula, dissimula e age estrategicamente, como o sofista denunciado por Platão: não busca a verdade, mas a utilidade. Kant o condenaria como aquele que instrumentaliza os outros, tratando o próximo como meio e nunca como fim. Sua habilidade não é virtude, mas astúcia degenerada.

Ambos os arquétipos são faces de uma mesma decadência. O primeiro arruína pela devassidão; o segundo, pela fraude. O libertino consome a herança que recebeu, como o filho pródigo que dissipa seus bens em terra distante (Lc 15.13). O oportunista, por sua vez, corrói a confiança, como Ananias e Safira, que fingiram generosidade enquanto alimentavam a mentira (At 5.1-11).

A Escritura não apenas narra, mas julga esses caminhos. Em Provérbios 14.12 está escrito: “Há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte.” Tanto o prazer sem freio quanto a esperteza sem moral são atalhos que conduzem ao mesmo destino: a ruína espiritual.

Kant, em sua ética, propôs que a dignidade humana só se mantém quando o homem obedece à lei moral interior. A Bíblia, contudo, vai além: afirma que essa lei foi inscrita no coração pelo próprio Deus (Rm 2.15), mas só encontra plenitude em Cristo, que é a encarnação da verdade e da vida (Jo 14.6). Assim, a verdadeira superação desses arquétipos não está apenas na razão filosófica, mas na regeneração espiritual.

Em suma, tanto Esaú quanto Judas, tanto o filho pródigo quanto Ananias, exemplificam os dois tipos humanos que a história repete. E ambos apontam para a mesma necessidade: sem a graça que transforma, o homem permanece prisioneiro de suas paixões ou de suas fraudes. É neste ponto que a filosofia se encontra com a teologia: a virtude só se sustenta quando enraizada em um fundamento transcendente.

Pense nisso!


Cezar Jr Gomes 

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