10 de março 2018

10 de março 2018
Chamados, Amados e guardados

quarta-feira, 11 de junho de 2025

Jeremias

Jeremias, submerso na escuridão do poço, não era apenas um homem lançado à lama—era o reflexo da alma humana em seu limite, o grito calado dos que persistem quando tudo parece ruir. Chamaste-me, Senhor, e eu te respondi; do fundo do abismo, ouviste minha voz. (Lamentações 3:55) O profeta, perdido na sua ruína, não negociou sua fidelidade. Se Deus era o eco distante que ressoava na sua alma, então ali, no lodo profundo, a fé não era escolha, mas sustento. E na quietude do poço, onde os olhos não veem horizontes e o silêncio pesa, Jeremias foi maior que os que o lançaram. A solidão do justo é, talvez, sua maior vitória. O fundo do poço—quem não o conhece? Pois cada homem que sente o peso da injustiça e o frio da desesperança carrega um pouco de Jeremias no peito. Mas não há poço que enterre a verdade, não há lama que cale um coração que arde. E assim, como o poeta que se dobra à tormenta e vê beleza na queda, Jeremias foi a palavra que não se afogou. E tu, que lês estas linhas, que funduras já enfrentaste? Talvez saibas que no mais escuro da alma é onde a fé, teimosamente, brilha. Pense nisso!

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