10 de março 2018

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Chamados, Amados e guardados

sábado, 26 de julho de 2025

ALTARES EM CHAMAS: O PERIGO DO FOGO ESTRANHO E A NÃO CONFORMIDADE COM O SÉCULO PRESENTE

 “Altares em Chamas: O Perigo do Fogo Estranho e a Não Conformidade com o Século Presente”

 

Na vastidão de um mundo cada vez mais submisso aos ditames de um espírito secularizado, torna-se imperativo, para o homem espiritual, recusar a mimetização com os paradigmas desta era corrompida. O apóstolo Paulo, com vigor exortativo, admoesta a Igreja em Roma: “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente” (Rm 12:2). A expressão aqui traduzida por "mundo" provém do grego aiōn, denotando não o cosmos físico, mas o sistema ideológico deste século — suas tendências, valores e inclinações decadentes.

 

O altar do Senhor, ao longo das Escrituras, é o locus da consagração, o espaço litúrgico onde a finitude humana encontra o infinito divino. No entanto, o que deveria ser espaço sagrado tem sido profanado por combustões espúrias, inflamadas não pelo sopro do Espírito Santo, mas pelo ego inflamado de homens que desejam holofotes e aplausos. Assim como Nadabe e Abiú, filhos de Arão, que ousaram oferecer fogo estranho perante o Senhor — "que Ele nunca lhes ordenara" (Lv 10:1) — muitos, em nossos dias, têm acendido labaredas não legitimadas pelo Céu.

 

O fogo do altar jamais deveria provir da invenção humana. No tabernáculo, o fogo original descera do alto (Lv 9:24); era divino em sua origem e santo em sua essência. Substituí-lo por um fogo de fabricação própria constitui uma afronta à santidade de Deus, uma profanação litúrgica que resulta, inevitavelmente, em juízo. Nadabe e Abiú foram consumidos pelo mesmo Deus a quem ousaram servir de maneira presunçosa.

 

Este episódio veterotestamentário ecoa como um alerta profético às lideranças eclesiásticas hodiernas, às quais frequentemente sucumbem à tentação de adornar seus púlpitos com entretenimento, doutrinas diluídas e rituais vazios de conteúdo bíblico, porém cheios de espetáculo humano. É o culto estético que substitui a adoração autêntica. É o altar cheio de fumaça, mas sem presença.

 

Que tipo de fogo arde no altar do teu coração? É aquele que consome o pecado ou que massageia o ego? É chama santa que transforma ou combustão estranha que ilude?

 

Não te conformes, portanto, com um cristianismo culturalmente aceito, moralmente conveniente e teologicamente domesticado. A não conformidade não é um capricho revolucionário, mas uma imposição escatológica para aqueles que almejam ver a face de Deus. Resistir ao século presente é reavivar o altar com lenha da Palavra, com óleo da unção genuína e com fogo procedente do trono do Altíssimo.

 

Enquanto muitos acendem tochas estranhas em nome de Deus, poucos permanecem com os olhos fixos na sarça que arde e não se consome. O verdadeiro altar ainda está de pé. E o fogo legítimo ainda desce — mas somente sobre sacrifícios puros.


POR: CEZAR JR GOMES

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