10 de março 2018

10 de março 2018
Chamados, Amados e guardados

terça-feira, 15 de julho de 2025

Maldito o dia.

    "Maldito o Dia"


Maldito o dia em que vi a luz.

Maldita a noite em que disseram: “Nasceu um homem.”

Que esse dia não seja contado entre os dias do ano,

nem se ache entre os meses.

 

Por que me deixaste nascer, Senhor,

se a vida se tornou um fardo insuportável?

Por que me formaste no ventre,

se meu clamor hoje é por descanso e não por fôlego?

 

Como Jó, amaldiçoo meu nascimento.

Como Elias, peço que tome minha alma.

“Já basta, ó Senhor, tira minha vida,

pois não sou melhor do que meus pais.”

 

Meus olhos se fartam de lágrimas,

meu coração pesa como o chumbo,

e o silêncio me parece mais amigo

do que os muitos conselhos que não curam a alma.

 

Oh, quem dera fosse o sepulcro o meu leito,

e o pó, o meu consolo.

Pois no além, os cansados enfim descansam,

e os aflitos ouvem o som do esquecimento.

 

Mas ainda estou aqui...

Entre o respirar e o desejar parar.

Entre a dor que clama e o céu que silencia.

Esperando — não sei o quê. Talvez apenas… que acabe.



Cezar Jr Gomes.


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