10 de março 2018

10 de março 2018
Chamados, Amados e guardados

sábado, 12 de julho de 2025

"O Silêncio que Ficou"

 “O Silêncio Que Ficou”


Por Pr. Cezar Jr. Gomes

 

Há dores que não gritam. Apenas ecoam.

Elas vivem no espaço entre o que fomos e o que poderíamos ter sido.

É o som do relógio que não para, mesmo quando a alma implora por um instante a mais.

Não dói apenas o que aconteceu — dói o que nunca chegou a ser.

 

E ali, no fim do corredor da memória, jazem os dias não vividos.

As palavras não ditas.

Os abraços que não foram dados.

Os sonhos que não ousamos sonhar por medo, ou por comodidade, ou por pensar que o amanhã sempre viria.

 

Mas o amanhã não veio do jeito que esperávamos.

E agora, o que temos não é tempo — é lembrança.

Não é estrada — é rastro.

 

A solidão, então, não é apenas estar só — é saber que ninguém pode viver o que deixamos de viver.

É caminhar entre rostos e não encontrar olhos que nos conheçam por dentro.

É estar presente no corpo e ausente na alma.

 

A angústia, essa sim, nos aperta o peito.

Ela vem como quem cobra uma dívida que não foi feita com dinheiro, mas com decisões.

E a moeda? O tempo.

Mas o tempo, esse mestre severo, não aceita trocas nem devoluções.

 

Quisera eu voltar.

Mas voltar não é mais possível.

A estrada que foi deixada para trás se desfez em pó.

Agora, resta o hoje — e uma alma cheia de “e se...”.

 

Mas mesmo assim, em meio a tudo isso, há um fio de luz:

Deus ainda está aqui.

E Ele, que vê além do que somos e conhecemos, ainda pode dar sentido ao que restou.

 

Porque, às vezes, uma vida inteira cabe em um instante de arrependimento verdadeiro.

E mesmo que não possamos voltar, podemos começar — com dor, sim, mas também com fé.

Porque enquanto houver fôlego, há esperança.

 

Pense nisso!

Nenhum comentário:

Postar um comentário